Missões em um Mundo Moderno: Reflexões com Rev. Chun Chung no VesselStream Podcast

No episódio mais recente do VesselStream Podcast, João Inácio conversa com o Rev. Chun Chung, mestre em Novo Testamento, doutor em Estudos Interculturais e professor no Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper. O tema? Missões. Mas não espere respostas fáceis ou clichês — o que surge é um mosaico de histórias, tensões e provocações sobre o papel da igreja e do cristão no avanço do evangelho.

O Rev. Chun carrega no DNA a vocação missionária. Filho de missionários que serviram no Brasil e na África, sobrinho e irmão de missionários em campo, ele não atua na linha de frente geográfica, mas na mobilização: despertar líderes e crentes para entenderem seu lugar na missão global de Deus. Ainda assim, sua trajetória não começou com entusiasmo pelo tema — pelo contrário, ele confessa que “fugia de missões” até que portas para outras áreas se fecharam e o caminho missionário se abriu de forma inescapável.

Entre as histórias compartilhadas, uma chama atenção: o avivamento na Coreia de 1907, quando confissões públicas de pecado entre líderes e missionários resultaram em uma expansão sem precedentes da fé cristã. Hoje, a Coreia do Sul abriga algumas das maiores igrejas do mundo, mas a lembrança desse início é um lembrete de que missões não se constroem apenas com estratégias, e sim com corações quebrantados.

A conversa mergulha em questões espinhosas: Todo crente é missionário? O envio é responsabilidade da igreja ou das agências? Projetos curtos de um ano são suficientes ou apenas tocam a superfície? O Rev. Chun aponta que, sem liderança local bem formada, a obra missionária se fragiliza. “Todo mundo sabe que o foco precisa ser o local. Implementar isso é que é difícil.”

Ele também aborda um ponto incômodo para muitos: doutrina e missão não podem caminhar separadas. No campo, diferenças teológicas não resolvidas podem enfraquecer o trabalho. E a base última, lembra ele, não está apenas na salvação, mas na adoração. Citando pensadores reformados como Jonathan Edwards, João Calvino e o contemporâneo John Piper, Chun reforça que a missão existe porque a adoração ainda não é universal — e o alvo final é que todos os povos adorem a Deus.

Como falar de “sujeitar e dominar” (Gn 1:28) num mundo que desconfia de tais termos? Para o Rev. Chun, essa autoridade foi dada plenamente apenas a Cristo. O chamado da igreja é viver sob o seu reinado e discipular povos e nações para que se tornem súditos voluntários desse Rei. Mas ele alerta: se o Brasil já tem quase um terço da população evangélica e o impacto cultural é pequeno, algo está profundamente errado no discipulado.

O episódio não foge de temas delicados como o retorno prematuro de missionários, a necessidade de avaliação e preparo contínuo e a tentação de negligenciar a formação de caráter. O Rev. Chun é direto: “Às vezes é preciso dizer: você ainda não está pronto”. Ele também critica a tendência de priorizar estruturas visíveis em detrimento do investimento silencioso e profundo na formação de líderes locais.

E, no pano de fundo de tudo, uma pergunta ecoa: estamos formando igrejas que vivem para si ou que desejam espalhar a glória de Deus? Se a adoração for central, a missão flui naturalmente. Mas se a missão for centrada apenas em necessidades humanas, cedo ou tarde o combustível se esgota.

Quer ouvir as histórias completas, as provocações e até as tensões teológicas que não cabem num texto? Assista ao episódio completo do VesselStream Podcast no YouTube e deixe seu e-mail para receber conteúdos exclusivos e atualizações. Afinal, missões é mais do que um tema — é um convite à obediência e à adoração.


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